



Famílias desestruturadas, com pais e filhos que não conversam mais, e uma sociedade corrompida que aceita como normal a violência e o lucro fácil é comum e corriqueiro hoje em dia, onde ser honesto e cultivar valores como respeito ao próximo, ética e fé é cafona e babaquice e esperto é aquele que consegue enganar o outro. Contudo, não podemos aceitar isso como normal. Dentro deste contexto adverso, o Grupo de Jovens Unidos Pela Paz representa uma luz aos jovens nesses tempos tão difíceis que estamos vivenciando, procurando levar um pouco desses valores aos jovens e à comunidade onde está inserida, ensinando, através de práticas solidárias e cultivo da fé, que um mundo mais fraterno e justo não somente é possível como é o único caminho capaz de trazer felicidade e preencher o vazio presente no coração daqueles que ainda não descobriram isso. Para isto, basta cada um dedicar um pouquinho de seu escasso tempo para ajudar o próximo, o que pode transformar a cruel realidade numa promissora fonte de alegria e entusiasmo.
Particularmente, procuro colaborar com o Grupo no que eu posso. Lembro quando a dona Alaídes Nopes, assessora, pediu que ajudasse a distribuir materiais escolares doados para as crianças carentes do bairro Bom Jesus. Não era uma simples entrega de cadernos, réguas, lápis e canetas. Explicávamos para as crianças e seus pais a importância do estudo que, sendo levado à sério, pode representar um futuro promissor a cada uma delas. Completava dizendo que meu filho, o Rodrigo, integrante do Grupo de Jovens, desde pequeno tinha um grave problema na visão que dificultava o acompanhamento das lições, pois tinha dificuldade de enxergar o quadro, mesmo sentando bem na frente, mas nem por isso deixou de estudar. Bem pelo contrário, sempre com muito esforço, tirava as melhores notas e hoje é formado em faculdade. Desta forma, mesmo sendo pobres, mas com saúde, tem muito mais condições de seguir o mesmo caminho e vencer na vida. Basta um pouco de esforço pessoal e acreditar em si.
Em um recipiente enorme, o maior que pude encontrar, comecei a colocar, lentamente e com muito cuidado, todos os ingridientes que julguei necessários para que haja a paz mundial. O primeiro deles foi o amor, o qual despejei uma quantidade enorme e sem medidas. Em seguida, vieram quilos de carinho e de afeto, tomando conta de quase todo o recipiente. Logo após, coloquei uma xícara bem cheia de honestidade e outra mais cheia ainda, de humanidade. Acrescentei muito respeito e um pouco de compreensão.
A humanidade veio em quilos e a felicidade encheu o recipiente, pois despejei em grande quantidade, assim como a união. Mesmo com todos esses ingredientes quase transbordando pelo recipiente, ainda consegui colocar um punhado de harmonia e de bondade, além de inúmeras colheradas de amizade e de alegria. Acrescentei muita, mas muita fé, uma porção de sinceridade e, para finalizar a receita, uma pitada de esperança. Durante alguns minutos, misturei bem todos os ingredientes. Pronto.
Agora, quero espalhar esta receita pelo mundo inteiro. Quero que cada ser humano prove e sinta resultado, que com certeza será para melhor.
Agora sim poderei ter paz, a paz tão sonhada por cada nação do planeta, pois com todos esses ingredientes dentro de si, toda a humanidade se juntará e se abraçará formando um único ser. Um ser do bem. Um ser somente de paz.
*Felipe Nopes é componente do Grupo Unidos Pela Paz